08- A Bíblia Ensina Que As Mulheres Podem Pedir Os Homens Em Casamento

  No domingo enquanto estava na igreja nós falamos sobre a história de Rute e Boaz e depois de meia hora de aula eu estava rindo em silencio junto com o meu amigo que estava sentado ao meu lado.
Nós estávamos lendo a parte da história em que, depois de lavar-se e vestir-se como sua sogra a havia instruído, Rute foi e deitou-se aos pés da cama onde dormia Boaz. Ele acordou no meio da noite e não sabia o que uma mulher estava fazendo aos seus pés. Ele perguntou a ela: “… Quem és tu?” E essa parte me fez rir porque Rute respondeu: “… Sou Rute, tua serva; estende, pois tua capa sobre a tua serva, porque tu és o remidor.” (Rute 3:9)

      Eu nunca havia percebido isso antes, mas Rute propôs Boaz em casamento!
O que Rute esta dizendo aqui é que Boaz era o parente vivo mais próximo do seu falecido marido e era o seu dever, de acordo com a lei Levítica, de esposa-la. Ela disse a ele “estende, pois tua capa sobre a tua serva” significando que ele deveria se casar com ela (veja Ezequiel 16:8; Deuteronômio 22:30). Ela, de um modo audaz e corajoso, pediu a Boaz (que mal conhecia) para tomar conta dela, protege-la, cuida-la e faze-la sua esposa.

      Eu não sei por que eu não havia visto esta parte da história quando li sobre Rute outras vezes! E isso me fez sorrir ao pensar sobre a bravura e a fé de Rute ao propor um homem em casamento, que provavelmente sabia que deveria esposa-la, mas por alguma razão, não estava disposto a fazê-lo. Eu não sei se teria a coragem de fazer isso! Realmente, que mulher.
A história de Rute me fez compreender de que enquanto as pessoas frequentemente acreditam que as escrituras são uma ferramenta para justificar os papéis culturais tradicionais de homens e mulheres, na realidade existem muitas histórias nas escrituras que demonstram a inversão dos papéis sociais de homens e mulheres.
      Por exemplo:
Na história de Rute nós vemos que as mulheres podem propor casamento aos homens e não serem consideradas “apressadas” ou “dominadoras”, mas sim “virtuosas” como Boaz mais tarde a chamou;
Na história das filhas de Zelofeade, vemos que as mulheres podem herdar a terra e têm o direito de escolher seus próprios maridos;
Na história de Débora vemos uma mulher que agia como a juíza suprema em Israel e liderava o exército nas batalhas. Não citando que um homem pediu por sua orientação antes de tomar importantes decisões.
A história da filha de Barzilai, o gileadita, mostra que os homens podem ganhar os sobrenomes de suas esposas quando se casam;
E a história de Hulda que mostra que as mulheres podem ser profetisas e podem se tornarem grandes estudiosos;
      Estou certo que há muitos, muitos mais, mas estes são os que eu consegui lembrar.
Eu não posso imaginar o quanto nossa sociedade seria diferente, especialmente se aqueles que professam fé e crença nas escrituras prestassem atenção no papel das mulheres nas escrituras. Podemos concordar que os papéis dos homens e das mulheres são definidos culturalmente. As escrituras nos ensinam que, embora homens e mulheres possuam mordomias divinas diferentes nesta vida, não há muitos empregos, funções ou práticas que são estritamente exclusivas para homens ou para mulheres.     Deus nunca disse que só os homens podem propor casamento, as mulheres devem receber o nome dos maridos quando se casam ou que as mulheres são fracas e subservientes, ou que as mulheres não podem trabalhar fora de casa.
       O que Ele disse é que, “… o pai deve presidir a família com amor e retidão, tendo a responsabilidade de atender às necessidades da vida e proteger sua família. As mães são as principais responsáveis pela educação dos filhos. Nestas atribuições sagradas, o pai e a mãe têm a obrigação de ajudar um ao outro como parceiros iguais.” (A Família: Proclamação ao Mundo).

      Acho que às vezes devemos simplesmente deixar de lado as preocupações culturais sobre os papéis masculinos e femininos e focar nas coisas que realmente importam. Acho que o que a história de Ruth nos ensina é que não podemos deixar que os estereótipos de gênero culturalmente definidos nos impeçam de fazer o que o Senhor quer que façamos. Mesmo que isso signifique pedir em casamento aquele homem, que não toma a iniciativa.
       Assim como Rute, às vezes, quando oramos ao Senhor por orientação recebemos instruções que nos obrigam a fazer coisas que não fazem parte do nosso papel cultural tradicional ou podemos ser solicitadas a fazer algo que, por causa do nosso gênero, nunca nos imaginamos fazendo. Nesses casos, as mulheres (e homens) realmente tem que aprender a confiar na orientação do Espírito Santo, ser corajoso, quebrar os estereótipos de gênero culturalmente definidos, se necessário, e fazer a obra do Senhor… e tenho a esperança de que no final as coisas vão acontecer da forma como o Senhor deseja.         
    Para Rute as coisas funcionaram excepcionalmente bem!

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